top of page
Buscar

Isabel da Nóbrega

  • Foto do escritor: Rosa Azevedo
    Rosa Azevedo
  • 25 de jun.
  • 2 min de leitura

Amanhã Isabel da Nóbrega faria 100 anos. Com uma obra literária intensa e curta, escreveu também mais de 3000 crónicas e interveio em muitas ocasiões em palestras e outras comunicações.

Isabel da Nóbrega acreditava no poder da literatura e da escrita. Focou a sua escrita numa intervenção social que não pretendia descrever nada nem destruir o que existia. Pretendia provocar o leitor, confrontá-lo, impeli-lo a agir, fazê-lo pensar. 

Pode parecer banal dizer que foi uma autora à frente do seu tempo mas creio que ela foi até mais do que isso, esteve fora do seu tempo, não teve barreiras impostas pelo país onde vivia, pela censura ou pela moral vigente, parecia viver num sítio diferente do nosso, foi totalmente livre na sua obra. Foi uma intelectual. Foi corajosa como poucas. Nunca falou do que não quis e nunca desistiu de nada. Morreu aos 96 anos e pediu que na sua campa escrevessem “Aqui jaz, indignada, Isabel da Nóbrega. 

Pela sua própria mão: “Isabel da Nóbrega nasceu em Lisboa e vive em Lisboa. Viajou muito. Leu muito. Trabalhou muito. Deu uma base de educação aos três filhos. Escreveu livros. Salvou uma árvore. Conheceu e conviveu com pessoas fascinantes (Henry Miller, Simone e Sartre, Zélia e Jorge Amado, Arpad e Vieira da Silva, Artur Rubistein, Leopold Stokowsky, Prof. Maronon...). Comeu à mesa de pobres e pobres comeram à sua mesa. Comeu à mesa de reis[…]. Amou muito. Foi amada.”

“Viver com os Outros” é o mais moderno romance que já li. Incompreensível como Ana não é a mais conhecida e admirada personagem da literatura portuguesa do séc XX.

Ontem falámos dela na Snob, no nosso ELAS / DELAS. Contámos segredos, partilhámos leituras, lemos textos, revelámos outros. Quinta e sexta-feira há um Colóquio na Gulbenkian e FCSH, respectivamente. Quinta-feira às 21h30 estarei a falar dela na biblioteca de Albufeira.



 
 
 

Comments


bottom of page