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Ela tira-lhes os nomes

  • Foto do escritor: Rosa Azevedo
    Rosa Azevedo
  • 28 de out.
  • 1 min de leitura

A Barricada de Livros publicou mais um livro de contos de Ursula L. Guin. Depois do genial “O Dia Antes da Revolução e Outros Contos” onde o editor escolheu três contos que tocavam, cada um, em diferentes (mas complementares) área literárias da autora (feminismo, utopia, ficção científica), chega-nos agora a tradução de mais cinco contos (a que se junta um ensaio utópico nunca antes traduzido em Portugal). Os contos são muito diferentes entre si mas têm uma linha que os atravessa, a ideia de que é possível ver o real sem ter no centro o humano e a sua realidade hierárquica e humanocêntrica.

No primeiro conto assistimos ao desnomear do mundo por ela, “she”, criando com elus, ”them”, um bando de seres indistintos com quem constrói uma nova existência, desprendendo-se da até aqui vivida. Noutro conto vemos um homem parado, reagindo a uma árvore, a protagonista, que se move juntamente com o que para o humano é inanimado, centrando a acção-consequência na natureza e não no homem que assiste passivamente à sua inevitável morte. Noutro, a violência torna-se um monstro real, impotente perante a “palavra” que tem o poder de a aniquilar.

Le Guin constrói uma utopia que não parte da desconstrução de real mas sim de uma nova possibilidade de existência que não se ancora nesta, nem tão pouco a contradiz.

O livro abre com um texto brilhante da Liliana Coutinho, que conhece de forma transversal as inflluências e respostas dos textos da Ursula.

A edição é Barricada de Livros, a tradução é de Carlos Jacques, Liliana Coutinho e Mário Rui Pinto, de quem é também a edição desta pérola.


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